segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Fatalidade que comove. Dor que machuca em quem não estava nem perto...

Diante da fatalidade ocorrida na madrugada de ontem, passei um domingo inteiro assistindo reportagens sensacionalistas e imagens devastadoras, principalmente para a família das vítimas que ali se encontravam. Ouvi diversos depoimentos de 'sobreviventes' e familiares dos que infelizmente perderam a vida ali, dançando e se divertindo em uma noite de sábado. Tirei diversas conclusões. Mudei de ideia várias vezes. Me coloquei no lugar das pessoas. Muitas delas, com a minha idade e com o mesmo objetivo que o meu, em todo santo final de semana: diversão!

É fato que só estando lá eu saberia como reagiria. Quem me conhece sabe o quanto sou 'bundona' em situações desse tipo e se vejo uma briga, já puxo as amigas pra longe. Detesto confusão e morro de medo de me meter em uma. Imagina se eu visse fogo? 
Certa vez estava em uma casa noturna e uma dupla sertaneja iniciou o show com aquele efeito na frente do palco, tipo um sinalizador mesmo, um em cada ponta... Foi lindo, mas assustador (pra mim, que morro de medo de 'fogos'). O cheiro de pólvora e de fumaça levou cerca de 40 minutos para sair da casa. E olha que foi um efeito rápido! Se durou 15 segundos foi muito. Pois eu já dei meus 5 passos pra trás, como se tentasse escapar de alguma faísca que pudesse cair em mim... Graças a Deus, foi só um 'efeito bonito' em um show maravilhoso que fez minha noite de sábado mais feliz. Diferentemente do que aconteceu em Santa Maria/RS.

Saio de casa aos finais de semana, acompanhada de no mínimo 4 amigas. Meu Deus, é pavoroso pensar em voltar sem alguma delas com vida. Fiquei me imaginando, no meio do corre corre, querendo sair daquele lugar em chamas. "Minha amiga caiu, eu sai correndo", disse uma das 'sobreviventes'. JAMAIS! Eu jamais sairia de lá sem elas. Sem vê-las respirando e vivas. É mais forte do que eu. Talvez por ser a mais velha, me sinto responsável por cada uma. E cuido como se fosse. Creio que eu não largaria nenhuma para trás em uma situação como essa. Mas o ser humano é egoista. Só estando em uma situação dessas para confirmar né....

No fim da tarde de ontem, ouvi o depoimento de uma moça que havia perdido a irmã no ocorrido. Meu Deus! Como eu chorei. Chorei porque imaginei a minha irmã dando a entrevista. Porque imaginei a dor do meu pai ao receber tamanha notícia. Minha avó, coitada, não sei como reagiria!! E minha irmãzinha? Ficaria em choque!! Que loucura! Que tristeza!!! Pois foi triste e louco o domingo de mais de 200 famílias de todo o país. 

Não estou aqui para encontrar culpados e muito menos para julgar ninguém. No meu ponto de vista, foi uma fatalidade. Trágica fatalidade. Poderia acontecer mesmo com o alvará em dia, mesmo com saídas de emergência, mesmo com a lotação máxima da casa incompleta. E poderia acontecer em qualquer lugar. Em um restaurante, em um ambiente de trabalho, em um estádio de futebol, dentro da sua própria casa.

Chorei. Chorei muito por pensar que eu, morando sozinha, saio todos os finais de semana sem me despedir de ninguém. Sem dizer: 'Tchau pai, tô indo!!". Sem dar um beijo e ouvir aquela recomendação clássica: "Juízo hein". E se um dia eu não voltar? 

Triste história que marcará para sempre a vida dessas mais de 240 famílias brasileiras. E a minha. E a de todos os jovens que saem para se divertir nos finais de semana. E de tantas mães que não dormem esperando seus filhos voltarem da balada. E marcará todo o país. O mundo! Trágica fatalidade...

Por ora, gostaria apenas de reforçar o quanto algumas pessoas são importantes para mim (quem é sabe!!). O quanto eu sou mais feliz por ter vocês ao meu lado. O quanto vocês fazem diferença na minha vida. A gargalhada escandalosa que eu dou todos os dias, só é possível porque eu tenho vocês em minha vida.

Pai, irmãs, irmão, vós... Jana, Aline's, Dedé, Carol, Fernanda, Fazinha... Marcelo, Jean, Vinicius, Cesar, Tiago, Rafael, Rogério, Franklin, Caio... E taaaantas outras pessoas importantes na minha vida. Este post é para vocês que eu tanto amo. Agradeço muito por ter conhecido cada um. ;)



"Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos! A alguns deles não procuro, basta saber que eles existem. Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida. Mas é delicioso que eu saiba e sinta que eu os adoro, embora não declare e os procure sempre."   
Vinícius de Moraes


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