Para quem não sabe, ou ainda não
percebeu, gosto muito de escrever. Sempre gostei. E sempre escrevi muito. Quando
fui entrar naquela brincadeira gostosa de Dia das Crianças do Facebook, de postar
fotos de bebês no perfil, me deparei com uma caixa de fotos antigas e, para
minha surpresa, com dois ‘diários’. Os anos estavam em tamanho grande, na capa:
um de 2004 e o outro de 2005. Sim, pelas contas eu tinha 18 e 19 anos,
consecutivamente. Grandinha para ter diários, né? Não para quem sempre teve
muita imaginação.
Neles, não escrevi textos
enorrrrrmes, mas cada pequena observação que eu fazia no meu dia a dia, me
trouxe tantas lembranças boas. Foram tantos momentos de explosão, de medo, de
alegria explêndida, de decepção, de muito amor, de raiva, de satisfação... Tantos
e tantos outros. Tantos sentimentos em frases curtas. Uma vida em poucas
palavras.
Amanhã, dia 30, completo 27 anos.
Estes meus diários completam 9 anos de existência. E eu me pergunto: porque
nunca mais escrevi nada em minhas agendas? Talvez tenha sido a ‘obrigação’ de
ser MADURA e abandonar uma frescurinha de garota. Me arrependo imensamente. Meu
pai, que é o meu ‘fã nº 1’, que lê tudo o que eu escrevo (e publico) e elogia
com um orgulho acima do normal, me questionou recentemente o porque de eu não
escrever alguns textos transpondo aos papéis, tudo o que já passei em minha vida.
E eu respondo: Não faço a menor ideia do porque nunca fiz isso. Tenho um milhão
de lembranças em minha cabeça. Daria para escrever um livro (e este é o sonho
do pai coruja..rs). Mas a contrapergunta é: Qual o interesse das pessoas em ler
sobre a minha vida? Não passei nada de diferente, não tenho muita coisa para ‘ensinar’.
Ele diz: apenas transcreva tudo o que sentiu, o que viveu.
Agora, com o peso dos 27 anos
batendo (POXAAA, quase TRINTAAA! É assustador!!rs), estou lembrando de cada bom
momento que eu tenho registrado em foto ou vídeo. Daquela festinha de 1 aninho,
que eu era um bebê de colo aprendendo a andar, tentando uns passos de dança,
chacoalhando as perninhas. Eu sorria. Em outra lembrança, apareço com cerca de
6 anos, dançando freneticamente uma música da “Turma da Mônica” e, a todo
custo, tentando chamar a atenção do ‘câmera’ (meu pai!!) que tentava filmar
apenas o bebê da vez: meu irmão! No
vídeo é possível ouvir: “Sai da frente, Amanda!”, pelo menos 3 vezes. E eu
saia, mas voltava. Outros tantos vídeos me remetem a uma infância esplêndida.
Feliz ao extremo. Eu não conhecia o que
era ter problemas. Eu tive tudo o que eu sempre quis (não apenas materialmente
falando). E, em graaaaande maioria das lembranças, eu sorria.
Vinte e um anos depois destes
momentos, continuo aqui, sorrindo. Lembro de quase todos os momentos em que
chorei. Quando apanhei de cinta pela primeira vez (sim, apanhei muuuitas
vezes..rs), quando perdi alguém muito próximo, quando cai de patinete, quando
meu gatinho fugiu, quando levei um grande pé na bunda, quando meu pai deu minha
cachorra embora, quando minha vó foi embora de casa... Foram muitos, nossa! Mas
parando pra pensar, passei muito mais tempo da minha vida sorrindo. Como quando
eu ainda era um bebê e alguém se aproximava fazendo aquela voz de ‘adulto
retardado’ e falando coisinhas idiotas para que a gente caia na gargalhada
(sim, faço isso com os nenéns hoje em dia!). Ou aquela vez que ganhei um boneco
‘recém nascido’ das mãos do próprio Papai Noel. Ou quando eu me apresentei no
palco do Teatro em Jaú, apenas ao lado da minha irmã, no festival de dança da
escolinha. E ainda quando tirei 10 na prova de matemática (não tenho certeza se
isso já aconteceu!). Quando minha vó faz a minha comida predileta. Ou até
quando sofri acidente e ri do bombeiro fazendo piadinhas para me distrair. Eu
também estava sorrindo quando conheci meu ex namorado. E também no dia que fui
madrinha de casamento da minha irmã. E quando passava horas ao lado da minha
melhor amiga. Quando conquistei o emprego dos meus sonhos, então! E no dia em
que realizei o tão esperado sonho de morar sozinha. E como em tantos e
taaaaantos outros momentos. Eu sorria.
Vou reclamar do que, gente? De
ter apanhado muito dos meus pais? De ter sofrido acidente de moto e fraturado a
perna? De ter tomado um grande pé na bunda? De ter engordado horrores? Não! Não
tenho do que reclamar! Eu sou completamente feliz por tudo o que já me
aconteceu e tudo o que ainda está para acontecer em minha vida. Eu sou
absurdamente feliz por ser quem eu sou. Por ter tudo o que eu tenho (volto a
dizer, não em bens materiais, até porque só tenho uma moto velha). Por todos
que colaboraram para que eu me transformasse na pessoa que eu sou. Por ter
crescido com caráter e sabendo respeitar os outros. Por não tolerar a
falsidade, a inveja e a injustiça. Por saber como agir na maioria das
situações. E por ter conselheiros confiáveis sempre que eu não sei o passo que
devo dar.
Agradeço muito aos meus pais pela
educação que me deram. Pelos valores que me passaram. Pelos ensinamentos do que
é certo/errado. Por toda a dedicação. Aos meus irmãos e aos poucos e melhores amigos,
que sempre estiveram do meu lado: obrigada pela paciência, pelas risadas, pela
disposição para ouvir minhas loucuras e presenciar meus dramas. Obrigada também
pelas brigas e discussões, pois através delas aprendi a ser uma pessoa melhor.
E ainda estou aprendendo. A todos que fizeram e fazem parte de algum momento da
minha vida, muito obrigada! Sem cada um de vocês, eu não seria a Amanda que sou
(pelo bem ou pelo mal! rs). Obrigada Senhor, por permitir que eu seja uma
pessoa FELIZ!
OBRIGADA!
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