domingo, 14 de junho de 2020

O tempo passou, NADA mudou

Passaram 4 anos desde a última postagem. Era sobre você. E adivinha, cá estou novamente. Arrependida. Por tanto. 

Sempre foi mais fácil viver dentro do meu umbigo e transferir a culpa dos meus erros para as outras pessoas. Nosso ‘relacionamento’ não foi pra frente pois eu enxerguei os MEUS problemas em você e me afastei, chamando VOCÊ de problema. Confuso? Sim. Exatamente como me senti. 

Minha cabeça pensa demais. Rápido demais. Meu corpo não acompanha essa velocidade. Tá, minha boca também fala rápido demais, mas não necessariamente transmite o que penso. Minhas palavras se tornam confusão, e dão a permissão para cada um entender o que quer entender. Ou o que conseguir entender. 

Antes eu conseguia transferir isso pra cá, nos meus textos. Mas com o tempo, achei que meus textos estavam tão confusos quanto minha mente. E eu não estava errada. Parei de ter controle sobre os pensamentos, e sobre a forma como transmitia isso. E decidi parar. 

Com isso, parei também de acreditar em mim. De botar fé em mim. De acreditar em um propósito. E eu sempre culpei você e os outros. Sempre arrumei uma situação vivida para dar nome de trauma a uma defesa que criei mecanicamente. E que me sufoca. 

Sufoca pois vivo os dias buscando razões passadas para justificar a pausa de projetos, de sonhos, de coisas que eu gostaria de fazer e não faço. As palavras ‘não sei’ e ‘tenho preguiça’ saem da minha boca numa espontaneidade errada, porque é mais fácil justificar assim. Logo eu, tão sonhadora que sempre fui, tão corajosa, destemida, perdi as razões para viver. E não, este texto não é sobre ter vontade de morrer. Eu não tenho. Ainda quero viver bastante. 

Eu apenas não estou encontrando motivação nessa vida. Seja por não estar 100% satisfeita com trabalho, na vida pessoal ou com a estética. E o que eu estou fazendo com isso? Esperando a ajuda cair do céu. Não encontro sentido para buscar algo diferente. 

Cada minuto que passa eu tenho uma nova palavra para falar ‘mal’ de mim. Isso não é normal. Eu não sei mais lidar com elogios e não aceito recebê-los. Desacreditada, absolutamente. Quase que todas as palavras que eu solto, referindo-se a mim mesma, seja sobre minha personalidade, estilo de vida ou qualquer outro assunto, são negativas. Como é que a gente se livra disso? Eu sei. Fazendo novas coisas. Eu sei, eu já disse que sei. Mas eu quero? Pra que? 

Lembra que eu disse que minha cabeça pensa rápido demais? Era para ser um texto contando como foi bom te reencontrar, quatro anos depois. Como foi especial ver você vir até aqui, viajar 4h sentado em uma moto... para me ver. Logo você que eu problematizei tanto. 

Era pra falar como é gostoso passar dias ao lado de alguém que se preocupa com você, que faz o possível para cuidar. Que guarda cada palavra que você fala (mesmo que em uma metralhadora de palavras) e realiza aquilo que pode. Eu notei cada detalhe. Cada gesto. Cada tentativa de fazer eu rir. De fazer eu me sentir cuidada. De fazer eu me sentir melhor. Mas o meu escudo não abaixa para receber carinho. Ele acaba refletindo grosseria. Eu devolvo gentileza com brincadeiras agressivas. Idiotas. Mas não é de propósito. Eu só não sei lidar. 

Era pra ser um texto contando o quanto estes 4 dias com você foram importantes para eu enxergar e assumir tanta coisa que eu vivo negando, subconscientemente. A culpa é toda minha. A loucura é toda minha. O erro é meu. A proteção agressiva que criei para me defender de carinho, é ridícula. Talvez por isso que, quando eu ouço palavras positivas relacionadas a mim, eu chore. Eu tenho traumas sim. Eu gostaria de superá-los sim. Mas eu ainda não sei resolver isso. E aí eu ignoro. 

E era pra eu estar aqui te agradecendo por ser exatamente assim, tão diferente de mim. Por ter mudado tanto em 4 anos. Por ter feito tanto por você. Por ser tão forte mesmo que não acredite. Tão dedicado. Tão racional. Tão calmo. Tão cuidadoso. Tão preocupado.... No entanto estou novamente disparando palavras que talvez não façam nem sentido. E eu vou parar por aqui. 

Só quero te dizer obrigada. Muito obrigada. Por me fazer sorrir. Por me trazer um sentimento bom, só por estar perto. Não sei se nota, mas mesmo estando totalmente agitada e falando igual uma metralhadora automática, no seu colo eu me sinto bem. No seu abraço me sinto querida. Então obrigada...

E volta logo 🙏🏻

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